4 de nov. de 2010

Arquitetura das casas japonesas


Este artigo tem caráter meramente ilustrativo, para melhorar a ambientação de nossas campanhas orientais e dar um sabor extra à narrativa. O conteúdo do texto foi garimpado pela internet e boa parte dele foi extraído de artigos (sobre o cenário de Rokugan) do site redeRPG


Características básicas:
As casas japonesas foram construídas priorizando o arejamento nos meses quentes ao invés de aquecidas no inverno. Estas casas são construídas de materiais simples – madeira, palha ou telhas de argila e papel. Tais materiais fazem com que as moradias sejam extremamente vulneráveis ao fogo, mas faz também com que sejam fáceis de se reparar ou reconstruir no caso de terremotos ou outras catástrofes.

O lar de um samurai

Uma típica moradia samurai consiste de várias construções de um único andar ao redor de um pequeno jardim ou pátio (como uma vila fechada). Uma casa é  constituída de um telhado de palha (ou telhas de argila) suportado por pilares de madeira igualmente espaçados. Os quartos e salas possuem telhado e assoalho (suspenso) feitos de bambu ou madeira coberto por tatami (esteiras tecidas com juncos – grama encontrada em pântanos - e palha). Os tatami são feitos em tamanho padrão de cerca de um por dois metros, e o tamanho da sala é medido pela quantidade de tatami necessária para cobrir o chão (então uma sala de 3x2 metros será chamada de sala de três tatami).

Curiosidade: Sentar nas juntas entre os tatami, particularmente onde as quatro quinas se encontram, traz azar. Outras construções, tais como cozinha, toalhetes e armazéns, possuem chão de terra batida. Não é permitido utilizar sandálias nas salas com tatamis, somente nas áreas de terra batida.

Jardins:
Jardins são uma parte importante de uma moradia samurai. Os jardins são construídos para refletir a “perfeição” da natureza. Arvores cuidadosamente aparadas, pequenas fontes e quedas d’água e rochas artisticamente arranjadas são combinadas de modo a evocar a atmosfera de um ambiente “natural”. Jardins maiores podem possuir pequenas cabanas onde o proprietário pode meditar ou realizar a cerimônia do chá.

O exterior:
As paredes externas são feitas de painéis shoji (molduras deslizantes de madeira cobertas por papel de arroz translúcido) enquanto as paredes internas são feitas de fusuma (basicamente o mesmo que shoji, mas com papel de ambos os lados). A casa é cercada pelo engawa (uma varanda suspensa) que por sua vez são cercadas por persianas de madeira.

Adaptações climáticas:
Quando o tempo fecha estas persianas são mantidas fechadas, protegendo o shoji e transformando o engawa em um corredor fechado ao redor da casa; quando o tempo está seco e quente, pelo contrário, tanto as persianas quanto o shoji são mantidos abertos, efetivamente abrindo toda a parede da casa para deixar o ar e a luz do sol entrar.

O interior:
Dentro da casa, existe uma câmara de recepção onde se localiza o tokonama (uma alcova na qual os tesouros da família são colocados, junto com uma parede suspensa que muda de acordo com a estação). Esta sala também contém um pequeno altar destinado aos ancestrais. Outras salas podem ser utilizadas para o que for necessário. Um câmara para audiências formais contém um palco suspenso para o lorde sentar e, provavelmente, painéis dobradiços para o caso de alguém querer conversas mais “privadas”.

A mobília:
A casa japonesa possui pouca mobília (algumas  mesas, almofadas e baús,  utilizados para se guardar os futons -esteiras de dormir- cobertas e travesseiros durante o dia). Braseiras são utilizadas para aquecimento durante o inverno. O kotatsu é uma popular variante destas braseiras, que consiste de um braseiro construído no interior de uma mesa, grande o suficiente para que se possa dormir debaixo dela. 

O lar de um mero camponês

Uma habitação camponesa é, normalmente, composta por apenas uma única estrutura maior. Poucos podem se dar ao luxo de possuírem telhado, assoalhos suspensos ou paredes de papel; ao invés disso, paredes são feitas de madeira ou emplastros sobre bambu. Ao invés de braseiras, existem os chamados iori (buracos de fogo) que são usados para aquecimento e para cozinhar.

A cidade camponesa :
Camponeses vivendo em cidades normalmente possuem casas em filas; o preço do lote depende de sua largura, já que o acesso à rua é de vital importância. Lojas e oficinas são localizadas na parte da construção que fica de frente para a rua, enquanto a parte interna serve de quarto e sala. Alternativamente, as construções podem ter dois andares, com o primeiro servindo como loja e a parte de cima como quartos. As escadas são muito íngremes, e o espaço abaixo delas é utilizado para armazenamento, fazendo com que pareçam armários na forma de pirâmide.


Os castelos japoneses

Os castelos são geralmente construídos em uma colina de vista para uma planície, uma localização que é boa para defesa enquanto ainda permite obter suprimentos e controlar as estradas e canais da região. Comumente o castelo é cercado por uma larga cidade, que pode ser dividida em distritos (uma área para os mercadores, os artesãos, os fazendeiros, diversão etc). Samurais vivem mais próximos do castelo, as vezes até mesmo na parte interna do anel de canais e fossos que fazem a primeira linha de defesa. Samurais de altos postos, como o oficiais e conselheiros do daimyo, possuem quartos dentro do castelo.

Dentro destas fortificações, o castelo propriamente

A fortaleza principal pode chegar a ter, no total, seis ou sete andares, enquanto outras construções externas são geralmente menores (dois ou três andares). Nas estruturas superiores do castelo se localizam os alojamentos, para aqueles da guarnição que são solteiros (aos samurais casados são concedidas casas na cidade), residência privada do lorde do castelo e sua família, câmaras de audiência, quartos de hóspedes, e assim por diante. Diferente dos castelos ocidentais, a torre principal não é a residência do lorde do castelo e sim a linha final de defesa.

O castelo é construído não apenas como uma fortificação, mas também como uma exibição de graça, poder e riqueza. Há um grande esforço para que ele seja imponente e agradável além de funcional. Cumeeiras elaboradamente esculpidas, jardins ornamentais e estátuas são características comuns aos castelos.

O castelo de um daimyo pode ser muito maior do que o descrito acima, geralmente incorporando vários níveis de fundação, grandes pátios e jardins, templos e construções semelhantes.

O castelo Himeji

Tombado como patrimônio histórico e cultural da Unesco. Este é o exemplo mais bonito e bem preservado da arquitetura medieval japonesa. A fortaleza inicial data de 1346, mas a aparência que vemos hoje foi fruto de uma obra do início do século XVII.

As técnicas de construção usadas pra melhorar a defesa do castelo contra invasões são bem interessantes. Ele foi erguido estrategicamente no alto de uma colina. Fossos, muros e torres são defesas padrão. Normal! O que chama a atenção são as armadilhas. Existem locais pra soldados se esconderem a fim de pegar os inimigos pela retaguarda. Fora isto, há uma série de aberturas por onde flechas e rifles eram disparados.


Além destas engenhosas armadilhas, que você pode conferir neste video do site da Unesco, está o uso de vielas estreitas – que não deixam passar um grande número de tropas inimigas ao mesmo tempo – e cheias de ladeiras e curvas, como um labirinto que confunde o invasor não familiarizado com o caminho. Em outras palavras… as mesmas dificuldades que a polícia carioca enfrenta ao invadir uma favela!

Um comentário:

Deixe seu comentário com o devido respeito e honra!